quarta-feira, 12 de novembro de 2008

COMENTÁRIO OFICIAL DO FILIPE


PORQUE O COMENTÁRIO DO FRANCISCO FOI PUBLICADO DUAS VEZES, POR LAPSO, PUBLICAMOS AQUI O COMENTÁRIO CORRECTO COMO POST.


A MINHA OPINIÃO É:


Sou visita assídua deste blog, uma vez que as pessoas mais importantes na minha formação como Homem e tendo-as como referência, resolvi escolher seguir a via profissional do ensino, são também professores e membros desta associação.

Senhor Adolfo Contreiras, é notória a falta de conhecimento de V. Exa pelo que se passa actualmente nas escolas do nosso país. Vejo nele um pouco da cegueira e do autismo da nossa Ministra da Educação.

Apelidar de "manifestação da má vontade" ao que aconteceu na tarde do dia 8 nas ruas de Lisboa, só revela que o senhor desconhece o que o M.E. tenta impor aos professores. O conjunto de imposições a que me refiro, e ao contrário do que seria de julgar não foram tomadas tendo como preocupação os nossos estudantes e não visam de forma alguma o seu sucesso educativo. São somente um instrumento para uma enviesada avaliação do estado da educação e das suas estatísticas em Portugal.

Esta manifestação foi, ao contrário do que o senhor pensa, um enorme sucesso, um verdadeiro exemplo de força e união, ou o senhor também é daqueles que pensa que os 120 mil foram convocados pelo PC?? Tenho as minhas dúvidas.

Um pequeno exemplo de como este Modelo de Avaliação do Desempenho, é condenável, para além de configurar uma arquitectura burocrática absurda e desajustada daquilo que é relevante no processo de ensino/aprendizagem, pode desencadear, no quotidiano escolar, processos e relações de extraordinária complexidade e melindre, mercê de contingências disparatadas, como os avaliadores de hoje serem avaliandos amanhã, e vice-versa, avaliadores com formação científico-pedagógica e académica de nível inferior aos avaliandos, ou ocorrerem avaliações da qualidade científico-pedagógica de práticas docentes empreendidas por avaliadores oriundos de grupos disciplinares muito díspares (os quais, nem sequer foram objecto de uma formação adequada em supervisão e avaliação pedagógica, quanto mais científica).

Alerto ainda V. Exa. para os graves problemas de indisciplina que se vivem nas nossas escolas e que são mais que muitos e não se resolvem como na década de 50, quando os membros desta associação ocupavam os bancos da escola. E que este modelo de avaliação de desempenho imposto pelo ME, quer avaliar os professores em função da sua relação com a comunidade escolar.

Sou professor com muito orgulho e preocupo-me com o sucesso dos meus alunos, quando me sinto prejudicado e injustiçado, sou capaz de abdicar do meu descanso semanal, as vezes que forem necessárias para me deslocar sem medo a Lisboa, e reivindicar justiça. Sim, porque agora podemos fazê-lo, ao contrário do que acontecia nos saudosos anos 50 e 60, sempre recordados neste blog, em que poucos, mas bons tiveram coragem de o fazer.

Portalegre, 12 de Novembro de 2008
Francisco José Marques Alves Miguel

PS- O Prof. Francisco José M. Alves Miguel, é filho e sobrinho de costeletas e foi por mim convidado a participar, com pequenos textos, porque me disse ser amigo do blogue e visita assídua.


Publicação de
João Brito Sousa

OS PROFESSORES/ TEMA PARA DEBATE


PROFESSORES
retirado de APGorjeios

e solicitado autorização ao

ADOLFO PINTO CONTREIRAS


Assisti, desde a passagem da cabeça da manisfestação no Rossio até à passagem da cauda nos Restauradores, durante cerca de duas horas, à grande manifestação de má-vontade dos professores contra a avaliação e não carreira única.

Quem passou pelos vários graus de ensino sabe, de experiência própria, que em cada e todas as escolas há um restrito núcleo de bons e dedicados professores vocacionados para ensinar e que valem ouro, enquanto um largo grupo cumpre o dever a que está obrigado mais preocupado consigo próprio e a carreira do que com a escola e o ensino, e ainda resta um razoável naipe de professores feitos a martelo que o são apenas como modo de vida e futuro garantido que nem a receita pré-estabelecida são capazes de aplicar devidamente.

Estes últimos são irrascíveis quanto a qualquer mudança, os cumpridores indiferentes deixam-se arrastar pelo medo a alguma perda de privilégio e fazem grupo com aqueles e tornam-se, em algumas escolas, grupos activos maioritários enquadrados e dirigidos por sindicalistas com objectivos partidários.A síntese perfeita do espírito da contestação está nas declarações da professora Beatriz Duarte ao "Público" do dia 9 : -Se for preciso, manifesto-me todos os fins-de-semana-.

Nem mais nem menos, o trabalho de avaliação é uma canseira insuportável para a qual não está disponível, para tal peditório não dá o seu tempo, mas se for preciso dará todos os fins-de-semana para desfilar semanalmente em Lisboa ou qualquer lugar do país. A professora acha que dar algum do seu tempo extra ao serviço do ensino estorva insuportavelmente a sua vida pessoal ou familiar, mas está alegremente disponível para, durante a semana reunir, discutir, estudar, preparar e organizar a deslocação e sobre esse tempo ainda dá mais tempo, e duro, para desfilar um dia inteiro em marcha lenta cantando, dançando e apregoando slogans. E se entender necessário fá-lo-á todas as semanas, e viva a festa.

publicação de
João Brito Sousa