domingo, 7 de dezembro de 2008

CORREIO ELECTRÓNICO


RECEBIDO DO CASIMIRO DE BRITO


PRÉMIOS LITERÁRIOS DO P.E.N. CLUBE

Temos o prazer de comunicar a atribuição dos prémios literários do
P.E.N. CLUBE PORTUGUÊS (29ª. edição),
referentes às obras editadas em 2007, nas modalidades de
Poesia, Ensaio, Novelística e Primeira Obra.

Poesia
Helder Moura Pereira, Segredos do Reino Animal (Assírio & Alvim) e
Daniel Jonas, Sonótono (Cotovia).
Júri: Fernando Guimarães, Fernando J. B. Martinho e Francisco Belard.

Ensaio
José Vitorino de Pina Martins, História de Livros para a História do Livro (Fundação Calouste Gulbenkian) e
António M. Machado Pires, Luz e Sombras no Século XIX em Portugal (IN-CM).
Júri: António Cândido Franco, Eugénio Lisboa e Maria João Reynaud.

Ficção
Jaime Rocha, Anotação do Mal (Sextante)
Júri: Fernando Dacosta, Isabel da Nóbrega e Teresa Salema.

Primeira Obra
Francisco Camacho, Niassa (Babilónia) e
Maria Helena Santana, Literatura e Ciência na Ficção do Século XIX (IN-CM).
Júri: A Direcção do PEN.

***
Os Prémios em questão são patrocinados, desde a sua criação, pela
DIRECÇÃO-GERAL DO LIVRO E DAS BIBLIOTECAS

A Cerimónia da entrega ocorrerá em 15/12 pelas 18:30 horas na
SPA-Sociedade Portuguesa de Autores (Rua Gonçalves Crespo,62-Lisboa)
e será presidida pelo Senhor Presidente da República.

Colocação de
João Brito Sousa

FIGURAS DE FARO


MANUEL PENTEADO

Manuel Penteado (1874/ 1911) é natural de Faro. Foi escritor, militar e médico, tendo ocupado o lugar de tenente médico do quadro de Saúde do Ultramar e foi também cirurgião no Hospital de S. José em Lisboa.

Os seus biógrafos reconhecem nele um escritor talentoso e poeta de grande sensibilidade que, só pela sua natural modéstia e reserva não logrou maior aceitação junto do público.

Escreveu “Operações Cesarianas” e “Os Outros”. As obras “Doentes”, “Livro Proibido” e ”Póstumas” escreveu em colaboração com Fialho de Almeida, Henrique de Vasconcelos, Júlio Dantas, Júlio Bastos e José Abreu,

Em 1874 governava em Portugal D. Luís “o POPULAR” (1861/1889) mas pensamos que o Dr. Manuel Penteado terá vivido mais no reinado de D. Carlos (1889/ 1908).

O problema político que dominava o País nessa altura era a questão do “Ultimato” do governo britânico - entregue a 11 de Janeiro de 1890 por um "Memorando" – a Portugal, para a retirada das forças militares existentes no território compreendido entre as colónias de Moçambique e Angola, no actual Zimbabwe , a pretexto de um incidente ocorrido entre portugueses e Macololos.

A zona era reclamada por Portugal, que a havia incluído no famoso Mapa cor-de rosa, reclamando a partir da Conferência de Berlim uma faixa de território que ia de Angola à contra-costa, ou seja a Moçambique

A impossibilidade de resistência leva à imediata queda do governo, sendo nomeado a 14 de Janeiro um novo ministério presidido por António de Serpa Pimentel. Inicia-se um profundo movimento de descontentamento social, implicando directamente a família reinante, vista como demasiado próxima dos interesses britânicos, na decadência nacional patente no ultimato.

Os republicanos capitalizam este descontentamento, iniciando um crescimento e alargamento da sua base social de apoio que levará à implantação da república em 5 de Outubro de 1910.

Alimentando esse ambiente de quase insurreição, a 23 de Março, António José de Almeida, estudante universitário em Coimbra e futuro presidente da república, publica um artigo com o título Bragança, o último, que será considerado calunioso para o rei e o levará à prisão, e a 11 de Abril é posto à venda o Finis Patriae de Guerra Junqueiro ridicularizando a figura do rei. Formalizando a cedência portuguesa, a 20 de Agosto é assinado o Tratado de Londres entre Portugal e a Grã-Bretanha, definindo os limites territoriais de Angola e Moçambique. O tratado foi publicado no Diário do Governo de 30 de Agosto e apresentado ao parlamento na sessão de 30 de Agosto, o que desencadeia novos protestos e nova queda do governo.

Foi neste ambiente conturbado que viveu o Dr. Manuel Penteado.

Bibliografia consultada: História de Portugal de Tomás de Barros
Histórias à Solta nas Ruas de Faro de Dr. Libertário Viegas

Recolha de
João Brito Sousa

DO CORREIO ELECTRÓNICO

Da Maria José Fraqueza recebemos, pelo correio electrónico, a carta e a história que transcrevemos na íntegra:

Querido Costeleta Rogério
É Claro que podes publicar os meus poemas, quando tos enviei a autorização estava dada.

Mas agora vou contar uma história que me apetece, e sabes porquê? É que eu gostava de saber se algum costeleta se lembra duma menina que cantou numa Festa de Finalistas realizada talvez em em 1948/49/50? na velha Escola Industrial onde as oficinas era a um canto do Largo da Sé. A Festa foi no quintal da escola porque o Curso Comercial, embora com algumas aulas naquele local, funcionava na Rua do Arco da Vila. Nessa rua morava uma velhota por alcunha "A Aguardente" e quantas vezes os miúdos traquinas, faziam ouvir-se (enquanto estávamos nas aulas) a gritar ...aguardente, aguardente ...à triste velhota...Coisas das juventude!
A História é esta... A menina que cantava era eu. Os alunos mais velhos descobriram esta pequena artista e então, resolveram convidá-la a actuar na sua Festa de Finalistas. Eu andava no primeiro ano do velho curso comercial e depois no ano a seguir, mudei para o novo curso no velho liceu na Alameda, que começou a funcionar como escola preparatória que tinha o nome de Escola Técnica e Elementar Serpa Pinto - o que após os dois anos, passariam para os cursos comercial ou industrial.Assim, voltando ao assunto da minha primeira actuação artistica com 12/13 anos que foi nessa noite de festa, na velha escola no Largo da Sé, eu nunca tinha cantado a um microfone, mas não me assustei... porque o que eu tinha realmente medo era de cantar o "fado" porque o meu avô me dizia que quem cantava o fado eram "as mulheres da vida" e eu por isso, neguei- me a cantar o fado nessa noite, mas cantei duas canções que a Amália Rodrigues havia levado no seu reportório, pela sua primeira viagem ao Brasil e as canções eram: "A Falsa Baiana" e o "Grão de Arroz" e foram essas duas canções que eu cantei nessa noite linda.
- Quem se lembra?
- Será que ainda existe algum costeleta finalista desse tempo?
O mais engraçado é que eu quis saber o que eram as mulheres da vida e quando na manhã seguinte no combóio apanhei a minha amiga Clarisse Cabrita, fiz-lhe a pergunta: - Clarisse tu sabes o que são as mulheres da vida? E ela que também era ingénua, e por ter ouvido talvez falar que em Olhão existiam algumas casas dessas mulheres, respondeu-me: "Não vás por essas ruas que é a Macaca, a Rosa Valtéria e outra também que eu já esqueci... e eu fiquei na mesma sem saber. Perguntei a uma prima casada o que eram essas mulheres da vida e ela explicou-me... Felizmente, depois cantou-se o fado nos salões e hoje canta-se por todo o lado porque o fado é a nossa canção nacional. Até gostariam que ouvissem uma canção que compus a letra que ganhou o Festival da Canção do Sul - na voz da Sara Gonçalves e tem por título: "O Fado é Portugal" . Peçam ao Vitor Silva - esse artista farense, também costeleta porque ele é detentor desse êxito.
Ai se o meu avô fosse vivo... o que me diria agora?
Por hoje já chega! Saudações costeletas!
Maria José Fraqueza
PS - Quem desejar visitar a minha casa-museu, telefone-me para 289-793286 e lá... eu posso até cantar o fado.
Colocado por Rogério Coelho