PONTO DE VISTA
O escritor António Lobo Antunes é da minha idade. É um intelectual e pessoa da cultura. Ouvi a entrevista que deu à jornalista Judite de Sousa na RTP 1 e vou deixar aqui a minha opinião sobre ela.
A.L. Antunes tem uma forte presença televisiva. É poderoso. Disse algumas coisas que não entendi, outras com que não estou de acordo e outras fantásticas.
Literariamente não tenho por ele admiração por aí além, aliás, tenho muito pouca, porque não sei ler os seus livros. Talvez porque ele nunca me ensinou a lê-los. É ele que diz: o autor deverá ensinar os seus leitores a ler, porque ler é tão difícil ou mais do que escrever.
Uma vez, estive com ele, numa sessão de autógrafos num Shoping da cidade do Porto e, além do autógrafo no livro que lhe pedi, pedi-lhe também uma entrevista, para um dos jornais do Algarve onde escrevo.
A.L. Antunes tem uma forte presença televisiva. É poderoso. Disse algumas coisas que não entendi, outras com que não estou de acordo e outras fantásticas.
Literariamente não tenho por ele admiração por aí além, aliás, tenho muito pouca, porque não sei ler os seus livros. Talvez porque ele nunca me ensinou a lê-los. É ele que diz: o autor deverá ensinar os seus leitores a ler, porque ler é tão difícil ou mais do que escrever.
Uma vez, estive com ele, numa sessão de autógrafos num Shoping da cidade do Porto e, além do autógrafo no livro que lhe pedi, pedi-lhe também uma entrevista, para um dos jornais do Algarve onde escrevo.
Disse-lhe, António, vc é pessoa para me dar uma entrevista? Sabe, estou a começar no jornalismo e gostava de… E ele, olhando-me fixamente e depois virando a cara para o lado, onde estava um amigo, meio a sorrir, disse-me, já abri a boca de mais.
Nestas respostas curtas o A.L.Antunes é excepcional.
Na entrevista, foi brilhante naquela cena do alentejano, seu colega no Hospital, que, com o colarinho abotoado e sem gravata, quando era chamado para ser visto pelo médico, avançava e, naquela camisa branca, sem gravata, o António via a gravata mais linda do mundo.
Este é o A.L. Antunes da televisão, enquanto entrevistado. Domina o palco por completo, conta histórias dramáticas, aguenta-se e não chora. Reparei nisso. Estamos a falar do homem.
Do escritor, não entendendo muitas coisas do que disse, acho que não esteve bem, apesar de demonstrar uma boa cultura. Escreve 11 horas e tal, folga um pouco aos sábados e recomeça aos domingos.
Não é regra a seguir, penso eu.
Diz que tem um grupo de amigos, que se juntam à quinta feira e não falam de mulheres, política e religião. Não acho bem, porque o escritor tem que estar disponível para falar de tudo, goste ou não.
Beijam-se entre amigos. Diz que é bom beijar um homem. Hum !!!...
Todavia, na sua literatura há um objectivo; estudar o homem, a alma eo coração. Ele não disse isto assim mesmo; disse-o mais ou menos. Mas eu penso que é isso.
Pareceu-me um homem só e não se vive para estar só. É errado. Agora éamigo de Deus, com quem aliás às vezes está em desacordo. Nada a opor.
Ele e Saramago, deu para ver que não se entendem. Não gostei do que disse. E duma maneira geral também não.
Disse-me há dias o Norberto Cunha que o António está a perder leitores. Dá-me essa ideia também. Não sei bem porquê…
Todavia, gosto dele na crónica curta da Visão.
Em resumo, GOSTEI MENOS DO QUE ESPERAVA. E QUAL A OPINIÃO DOS COSTELETAS?
João Brito Sousa
Nestas respostas curtas o A.L.Antunes é excepcional.
Na entrevista, foi brilhante naquela cena do alentejano, seu colega no Hospital, que, com o colarinho abotoado e sem gravata, quando era chamado para ser visto pelo médico, avançava e, naquela camisa branca, sem gravata, o António via a gravata mais linda do mundo.
Este é o A.L. Antunes da televisão, enquanto entrevistado. Domina o palco por completo, conta histórias dramáticas, aguenta-se e não chora. Reparei nisso. Estamos a falar do homem.
Do escritor, não entendendo muitas coisas do que disse, acho que não esteve bem, apesar de demonstrar uma boa cultura. Escreve 11 horas e tal, folga um pouco aos sábados e recomeça aos domingos.
Não é regra a seguir, penso eu.
Diz que tem um grupo de amigos, que se juntam à quinta feira e não falam de mulheres, política e religião. Não acho bem, porque o escritor tem que estar disponível para falar de tudo, goste ou não.
Beijam-se entre amigos. Diz que é bom beijar um homem. Hum !!!...
Todavia, na sua literatura há um objectivo; estudar o homem, a alma eo coração. Ele não disse isto assim mesmo; disse-o mais ou menos. Mas eu penso que é isso.
Pareceu-me um homem só e não se vive para estar só. É errado. Agora éamigo de Deus, com quem aliás às vezes está em desacordo. Nada a opor.
Ele e Saramago, deu para ver que não se entendem. Não gostei do que disse. E duma maneira geral também não.
Disse-me há dias o Norberto Cunha que o António está a perder leitores. Dá-me essa ideia também. Não sei bem porquê…
Todavia, gosto dele na crónica curta da Visão.
Em resumo, GOSTEI MENOS DO QUE ESPERAVA. E QUAL A OPINIÃO DOS COSTELETAS?
João Brito Sousa