terça-feira, 22 de dezembro de 2009


A CIDADE QUE EU CONHECI (II)


Vou continuar o meu passeio a pé pela cidade e as recordações são cada vez mais vivas, mais presentes. Resolvi ir até ao estádio de São Luís.
Lembrei então do sacrifício que era para conseguir entrar e assistir aos jogos no velhinho São Luís. O dinheiro era pouco e pagar a entrada era impensável.
Já era “crescidote” e apesar da boa vontade das pessoas que sempre diziam “vem comigo” o porteiro já nos conhecia de “ginjeira”.
Eis então que surge a “salvação da Pátria”; chamava-se Artur Quaresma e tinha acabado de ser contratado para treinar o Farense. Em boa hora criou a escola de jogadores, o que naquele tempo era uma inovação. E eu fui, apesar de ser mais um “perna de pau”, no entanto a “remuneração” era aliciante, nada mais nada menos, do que o direito a poder assistir aos jogos do Farense.
Ao Domingo meia hora antes dos jogos iniciarem, lá estavam as “vedetas”, em fila indiana, junto ao portão do lado do cemitério dos judeus. Havia sempre “infiltrados”, ou eram os que não tinham treinado na semana, ou ainda aqueles que nunca tinham treinado, mas quem dava a ordem para entrar era o treinador que tinha uma memória visual excelente e ninguém o enganava.
Depois vinha a suprema alegria de ver o nosso Farense.
Delirando com as jogadas do Rialito e do Campos, do José Maria e do Celestino, do central Ventura (que distribuía “fragatada” de partir as canelas dos mais distraídos), o Reina, o Alfredo e o Queimado, eram outras das referências. Todos eles comandados pelo Isaurindo na baliza, que não dava hipótese ao Rato de conseguir um lugar na equipa.
Recordei um jogo do Farense contra o Sporting, foi uma comemoração qualquer entre matriz e filial, que serviu para apresentação de uma nova vedeta do Sporting, imaginem quem?
O fabuloso, o incrível, o maior, a maior contratação de todos os tempos, sua majestade “o fura redes” de seu nome Mokuna. Um artista, que calçava 52 e que a única coisa que conseguiu foi um pontapé na bola, memorável ; a dita sobrevoou o bairro da lata e foi agitada, deter-se na carreira de tiro. Quer isto dizer que reportando este episódio à actualidade, a infeliz e maltratada bola teria ido parar ao hospital.
Mas não se pense que a escola de jogadores só servia para permitir a entrada de “borla” no futebol, ou que o objectivo era só esse, daquela fornada saíram alguns nomes de destaque, o Atraca, o Barão, o Calota e outros que a memória já não me ajuda a lembrar os seus nomes.
Infelizmente depois do Quaresma veio um tal Vieirinha, com uma filosofia completamente diferente e a formação deixou de ser prioridade.
Aproveitei a proximidade e fui ver o novo mercado. Durante alguns momentos fiquei olhando e relembrando a inauguração do antigo. Foi um acontecimento e se a memória não me falha, teve a participação da Dona Amália.
Contou-se na época um episódio, cuja veracidade não posso garantir, mas a história correu a cidade, dizia-se então:
Amália Rodrigues estaria na manhã seguinte ao espectáculo, sentada na esplanada do Café Aliança, quando se lhe dirigiu um mendigo pedindo esmola, retirou uma nota da carteira, dobrou-a e colocou na mão do mendigo. O pobre homem agradeceu e foi embora, sem ver o valor da oferenda.
Minutos depois regressou com a nota na mão e dirigindo-se a Amália disse-lhe:
- Desculpe mas a senhora enganou-se, deu-me 500$00! Ao que ela responde:
- Não me enganei não, são para si!
A ser verdade e eu acredito que sim, não sei o que mais admirar, se a generosidade da grande fadista, se a honradez do mendigo!

E fico por aqui hoje, penso que todos conhecem a música do angolano Bonga, “Uma lágrima no canto do olho” é assim que estou.
Voltarei outro dia se me deixarem.
Um forte abraço e um Santo e Feliz Natal, para todos os costeletas e respectivas famílias

António Viegas Palmeiro

Crónica
Foi na tarde de catorze de Outubro, de 2001, na pitoresca vila de Moncarapacho¬Algarve - " à beira-mar plantado ", pela mão do Criador. Saía da Igreja Matriz a procissão de São Luís patrono dos animais, que habitualmente, se realiza todos os anos, segundo a tradição. Algo de muito, curioso, estava acontecendo, quando o cortejo litúrgico se preparava para percorrer as ruas deste recanto paradisíaco. Um cão surgia, apressadamente e integrava-se na procissão, mesmo atrás do andor de São Luís. Aí, acompanhava o acto litúrgico, em todo o seu itinerário. A sua postura era irrepreensível. Fiquei perplexa, mesmo intrigada, ao ver o comportamento daquele que se diz irracional. De vez enquando, o cortejo fazia breves paragens, e ele também, sem nunca sair do lugar, até regressar ao ponto de partida, a Igreja Matriz.
Perguntei, então, a uma das pessoas que estava perto de mim, de quem era aquele animal!? Respondeu-me que não tinha dono, e não sabia de onde teria vindo mas, que sobrevivia à custa de algo, que lhe davam, para matar a fome...
Reflecti, nesta resposta e depreendi que ele, era o exemplo vivo... A imagem encenada pela humildade, repleta de civismo e a qual, me enterneceu vivamente permanecendo indelével, na minha própria sensibilidade e retratada, para sempre, em minha mente L ..
Maria Romana

CANTINHO DOS MARAFADOS

A JUSTIÇA TEM DESSAS COISAS.
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Sentença de 1487 - Trancoso, Portugal

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

SENTENÇA PROFERIDA EM 1487 NO PROCESSO CONTRA O PRIOR DE TRANCOSO

(Autos arquivados na Torre do Tombo, armário 5, maço 7)

"Padre Francisco da Costa, prior de Trancoso, de idade de sessenta e dois anos, será degredado de suas ordens e arrastado pelas ruas públicas nos rabos dos cavalos, esquartejado o seu corpo e postos os quartos, cabeça e mãos em diferentes distritos, pelo crime que foi arguido e que ele mesmo não contrariou, sendo acusado de ter dormido com vinte e nove afilhadas e tendo delas noventa e sete filhas e trinta e sete filhos; de cinco irmãs teve dezoito filhas; de nove comadres trinta e oito filhos e dezoito filhas; de sete amas teve vinte e nove filhos e cinco filhas; de duas escravas teve vinte e um filhos e sete filhas; dormiu com uma tia, chamada Ana da Cunha, de quem teve três filhas, da própria mãe teve dois filhos. Total: duzentos e noventa e nove, sendo duzentos e catorze do sexo feminino e oitenta e cinco do sexo masculino, tendo concebido em cinquenta e três mulheres".

[agora vem o melhor:]

"El-Rei D. João II lhe perdoou a morte e o mandou por em liberdade aos dezassete dias do mês de Março de 1487, com o fundamento de ajudar a povoar aquela região da Beira Alta, tão despovoada ao tempo e guardar no Real Arquivo esta sentença, devassa e mais papéis que formaram o processo".


COM A CRISE DE NASCIMENTOS QUEM SABE NÃO SERÁ ESTA A SOLUÇÃO

ANTÓNIO VIEGAS PALMEIRO

AGENDA

Efemérides
Dezembro - 22 - Terça feira

1859 - Aprovados os estatutos da Real Companhia dos Caminhos de Ferro portugueses, antecessora da CP.
1905 - Início da revolução na Pérsia.
1991 - Começam a ser comercializados os primeiros telefones com televisão, fabricados na Europa.
2001 – Encerra a Porto 2001, cidade escolhida, em parceria com Roterdão, para Capital Europeia da Cultura, para este ano.

Frase do dia: - A felicidade é como o Sol, mas até o Sol tem manchas. (Phil Bosmans)

CHAROLAS


BOM DIA, AMIGOS

PRETENDO DEIXAR – VOS UM VOTO SINCERO DE AMIZADE E TAMBÉM DE


BOAS FESTAS

MAS QUE NÃO SEJAM APENAS PALAVRAS.


Quero,
Melhor, pretendo que me estendas a mão
Com sinceridade
E que dentro do teu coração
Não haja maldade

E vem sempre que queiras
Ó amigo
Vamos arranjar tempo para
Boas cavaqueiras

E falar de coisas com significado

Não estas
Das Boas Festas
Palavras rotineiras

Lá vai disto
Tornou-se quase uma obrigação social
Tal e qual
Como eu ter a mania de fazer versos
Mas..

E PARA OS MONTANHEIROS COMO EU,

NÃO ESQUECER CONCURSO DE CHAROLAS DIA 8 JANEIRO 2010 EM FARO, CREIO.

E deixo-vos com esta quadra do Clementino Baeta, na charola de Mar e Guerra, em BORDEIRA, a terra dos encantos e também dos acordeonistas e dos canteiros, que no final disse.

Adeus Bordeira que eu vou
Para a minha terra Natal
Tu não sabes quem eu sou
Pouco importa não faz mal.

GOSTO DESTA GENTE

João Brito de Sousa