terça-feira, 11 de janeiro de 2011

CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA EM PORTUGAL

Por João Brito Sousa.

A Revolução Francesa, foi dos acontecimentos sociais mais relevantes do sec. XVIII. A França, nessa altura, segundo o historiador francês Albert Mathieu, precisava de ter á cabeça da Monarquia um Rei; havia apenas Luís XVI. A situação vigente era de extrema injustiça social. O Terceiro Estado, que trabalhava e pagava os impostos com o objectivo de manter os luxos da nobreza, era formado pelos trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial.

A França era um país absolutista nessa época. O Rei governava com poderes absolutos, controlando a economia, a justiça, a política e até mesmo a religião dos cidadãos. Havia a falta de democracia, pois os trabalhadores não podiam votar, nem mesmo dar opiniões na forma de governo. Os oposicionistas eram presos na Bastilha (prisão política da monarquia) ou condenados à guilhotina.

A sociedade francesa do século XVIII era estratificada e hierarquizada. No topo da pirâmide social, estava o clero que também tinha o privilégio de não pagar impostos. Abaixo do clero, estava a nobreza formada pelo Rei, sua família, condes, duques, marqueses e outros nobres que viviam de banquetes e muito luxo na corte. Pior era a condição de vida dos desempregados que aumentavam em larga escala nas cidades francesas.

A vida dos trabalhadores e camponeses era de extrema miséria, portanto, desejavam melhorias na qualidade de vida e de trabalho. A burguesia, mesmo tendo uma condição social melhor, desejava uma participação política maior e mais liberdade económica em seu trabalho.

A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande que o povo foi às ruas com o objectivo de tomar o poder e arrancar do governo a monarquia comandada pelo rei Luís XVI. O primeiro alvo dos revolucionários foi a Bastilha. A Queda da Bastilha em 14/07/1789 marca o início do processo revolucionário, pois a prisão política era o símbolo da monarquia francesa.

Durante o processo revolucionário, grande parte da nobreza deixou a França, O clero também não saiu impune, pois os bens da Igreja foram confiscados durante a revolução.
No mês de Agosto de 1789, a Assembleia Constituinte cancelou todos os direitos feudais que existiam e promulgou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Este importante documento trazia significativos avanços sociais, garantindo direitos iguais aos cidadãos, além de maior participação política para o povo.

Face a este documento muitos indivíduos sentiram-se prejudicados nos seus direitos e sentiram a necessidade de emigrar, porque não estavam ao lado dos ideais da revolução mas também porque eram perseguidos. Procuraram outros países para aí se instalarem, tentando obter apoios com vista à restauração do regime político então deposto.

Nos finais do século XVIII, habitava em Portugal uma colónia francesa apreciável, constituída por pessoas das mais variadas profissões, como cabeleireiros, relojoeiros, alfaiates, tecelões, mercadores, que tinham sido atingidas no seu potencial económico pela via da Revolução de 1789, sendo de realçar o núcleo dos livreiros que mais os compradores de livros nacionais, sobretudo de Lisboa e Coimbra, muito contribuíram para a difusão em Portugal, das correntes do pensamento europeu, .o que levou as autoridades portuguesas a tomar medidas no sentido de isolar o nosso País da propaganda revolucionária instalada em França, afectando de certo modo os projectos dos franceses aqui residentes.

Bibliografia consultada.
Internet e
Da Ilustração ao Liberalismo de L.A. Oliveira Ramos

jbritosousa@sapo.pt