quinta-feira, 5 de maio de 2011

COMENTÁRIO ALARGADO

ACERCA DA CAÇA,
de Manuel Inocêncio Costa


Caro Manuel.

Recebi o teu ensaio, que agradeço muito e vou dar aqui a minha opiniiao sobre o dito.

Começo por concordar com o mano Roger, quando disse que o livro se lê bem. É verdade.

Quando recebi o livro / ensaio, olhei para a capa e o título não se deu bem comigo, hum …, teria dito para o interior de mim, face a esse título, onde relacionei caça com a ,morte, mas, comecei a ler.

E gostei, porque.

É um trabalho sério, com alguma investigação a sério e, onde, fundamentalente se aprende, como eu aprendi. Sabiam que o feminino de javali é javalina? Eu não sabia e fiquei a saber.

O trabalho do M.I.C. começa com a arrancada da cama do caçador Romualdo, às 4 da manhã, num estilo de romance, de tal forma que estamos a ler e a reviver o ambiente que o M.I.C. descreve e que nós, ou quase todos nós, temos uma ideia de como seja, estando a descrição do ensaio em séria correspondência com a realidade.

Além da boa qualidade, recria-nos com fidelidade o que se passa no terreno, em termos, por exemplo, do jogo caçador / alvo, em que cada um tenta dar o seu melhor para sair vencedor da luta, digamos assim. O que exige treino do caçador, traduzido em milhars de tiros e no treino dos aimais ou aves a abater, que levam a vida inteira a treinar.

A convivência é um ponto alto. Mas o ponto mais alto da obra é a resposta à pergunta: - será o caçador um criminoso / matador ?

Eu penso que a resposta do autor está correcta, quando diz que “ o caçador não mata indiscriminadamente nem por prazer”. Quantas vezes ele se interroga, quando está perante as peças que se estendem num espaço rectangular pertencendo a todos e a cada um, acerca da morte daquelas peças. O problema, não se pode colocar em termos de “eu matei”.

Depois de analisar exaustivamente esse problema da morte, onde o homem tem procedido a autenticos assassinatos, o autor considera a caça como uma actividade desportiva, bastante exigente e dispendiosa e onde as forças se medem na ordem de 50% para cada lado. E nem sempre o caçador ganha.

Um bom trabalho, elaborado com rigor e que educa. Face a isto, recomendo a leitura.

Obrigado Manuel.
João Brito Sousa