quinta-feira, 23 de junho de 2011


CONTRASTES

Por Rogério Coelho


Quando escrevi o texto de pesquisa SOBRE CAMÕES, no apontamento da “gruta”, lembrei-me dos usos e costumes de Macau quando ainda era da governação Portuguesa. Estávamos e estive lá em 1998 e passaria para a China em 1999.
Depois de visitar a “Gruta de Camões”, apreciando o busto do Poeta, sentei-me num dos bancos do largo ajardinado na redondeza do local, apreciando os residentes e alguns turistas que, como eu, sentados e/ou passeando circulavam. E o que vi foi uma grande surpresa e admiração. Enquanto bastantes macaístas passeavam transportando uma gaiola com passarinho, outros sentados com a gaiola no chão em frente, vigiavam com atenção para que nada acontecesse. E veio-me ao pensamento que a isto poderia chamar-se “prisão-em-liberdade”
Por cá passeia-se o cãozinho pela trela para libertar as suas necessidades.
E vejamos o segundo “contraste”.
O número que todos nós consideramos de “azar” é o número 13. Ninguém contesta. Mas, naquelas paragens e segundo o guia que nos acompanhava, será o número 4 que causa a este povo uma enorme superstição. E reparei que os quartos andares habitados de longa data, tinham as janelas e as portas das sacadas guarnecidas e protegidas com grades de ferro, os outros pisos não. E o guia explicava: o gradeamento do piso 4 impede que o “dragão do azar” penetre no apartamento.
E mais estranho reparei que prédios com mais de 4 andares, o piso 4 apenas tinha colunas para sustentar os andares de cima. A explicação do guia: os construtores não constroem apartamentos no quarto piso, para evitar despesas, ninguém compra ou aluga porque dá azar. Ficam abertos para que o “dragão do azar” circule sem incomodar.
Fiquei com a certeza e a sensação de admiração de que aquele povo é muito, mas muito supersticioso com o nº 4.
CONTRASTES...!!!

GRUTA (?) DE CAMÕES - Macau


Foto enviada por Diogo Sousa junto com o seu comentário ao meu artigo SOBRE CAMÕES. Podemos verificar que mais parece um pequeno túnel, sob a rocha, com entrada e saída, tendo ao centro o busto do poeta como referi.
Inscrito na base do busto consegue-se ler o ano de sua morte 1580 que, pela pesquisa que fiz, poderá não corresponder à realidade e que se presupõe ter sido em 1579 segundo o que Graça Moura relata. Como disse estive aqui, filmei e fotografei-me ao lado do busto, no ano da graça de 1998. Os meus agradecimentos ao Diogo, porque, não consegui encontrar ainda, como era meu desejo, a minha foto já com 13 anos de tirada.
Sobre Macau, e os seus costumes, estou a escrever um paqueno artigo e que, com admiração minha, há um certo pormenor que se enquadra no comentário do Diogo Sousa.
Rogério Coelho


LIVRO DE POESIA, de Orlando Augusto Silva

Por João Brito Sousa
Recebi, através do Zé Elias Moreno, o livro de poesia do poeta e costeleta Orlando Augusto da Silva, “FLORES E FOLHAS DE MIM”, o que agradeço.

A obra contem muitos bons poemas (em poesia há os bons trabalhos e os menos bons), como na abertura “O CACTO”, a planta humilde das terras arenosas, depois a quadra “A vida sempre me ensinou/Me disse e me deu sinais / Que só devo ser como sou / Igual a mim e nada mais”, que gostei imenso por ser muito bonita. Gostei igualmente do “CAMINHO” de Nov. 2008, minha promessa minha esperança, dedicado à Ana, sua neta. Gostei do “Assim”, E o poema acontece …

Orlando Silva considera-se um poeta da saudade (ver o poema Resposta) mas, em minha opinião é um poeta, da Saudade, sim, mas sobretudo da área das humanidades. O que se saúda.

É um bom trabalho, que mais uma vez agradeço. Em verso, se me é permitido.

Obrigado Orlando e parabéns pelo teu

FOLHAS E FLORES DE MIM


Em cada verso que escreves, retiro
Lições de humildade e bom senso
Por isso ó meu poeta eu te admiro
E da tua capacidade me convenço

Nos poemas enviados pude observar
Em cada palavra sinceridade e amor
Aos poetas cabe-lhes também ensinar
Vê-se nos teus poemas sim senhor …

Furtiva lágrima quase se desprende
Verso teu que a minha alma entende
Na Vila A Dentro pedras velhinhas

Em Pedras e Escolas de Sé o cantas
Nessa mistura de sentimentos encantas
E não sabia grande o talento que tinhas.


Ab.

jbritosousa@sapo.pt