quinta-feira, 22 de outubro de 2015

SOBRE A CASA DO ALGARVE



A propósito do artigo publicado hoje no  blog sobre da “morte” da Casa do Algarve, transcrevo de seguida o email que enviei para o presidente da Assembleia Geral no dia em que recebi a convocatória.
Agradeço publiques, como reflexão ao tempo de vida da nossa Associação, quando a “velha guarda “ for desaparecendo.  Um final que nenhum costeleta desejaria...
ouçamos o Requiem ( Mozart ) em ré menor, na missa fúnebre à Casa do Algarve.
Um abraço
 
Jorge Tavares
costeleta 1950/56
 
 
Bom dia,
 
É com profundo desgosto que recebo esta noticia.
O Algarve e os algarvios têm muitas virtudes, mas bairrismo não existe.
Espero que esta vossa comunicação encontre eco nas instâncias que podem colaborar na manutenção com vida da Casa do Algarve...nem o facto do PR ser algarvio...que lástima.
Também é verdade que a Casa do Algarve não se aproximou nas novas gerações, mantendo-se com o mesmo formato: Há que renovar e atrair os novos que possam dar continuidade.
Cumprimentos




O fim da Casa do Algarve não pode ser

A notícia vinda a público dá conta de que a Casa do Algarve, com 85 anos, vai encerrar. E como uma das explicações para o caso, também se dá conta de que os autarcas algarvios viraram costas à instituição, e que, uns atrás de outros, os municípios foram deixando de pagar as quotas de associados colectivos. A isto juntou-se o divórcio dos algarvios residentes na capital, o desinteresse sistemático dos deputados eleitos pelo Algarve, a apatia dos estudantes algarvios e o alheamento da intelectualidade, sobretudo da que reclama profunda ligação à Província natal. Também, pelo que subiu ao noticiário quotidiano um tanto incorrectamente, a própria AMAL (Comunidade Intermunicipal do Algarve) terá optado por não responder a um último apelo de sobrevivência, mas, ao que se sabe, a AMAL disponibiliza-se a receber uma delegação da Casa do Algarve para avaliação da situação. Isto não invalida reparos a alguns autarcas algarvios que, perante a premência de uma representação cívica do Algarve na capital, confundem causas com efeitos.
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IN Carlos Albino – Jornal do Algarve.


OS BONS PETISCOS

“O Berbigão” (1)

Hoje resolvi projectar a minha escrita para este delicioso marisco.
Recordar o belo berbigão da nossa Ria Formosa.
Era assim, segundo me conta o “Moce”.
Geralmente era ao Domingo. O “Moce” pedia “dois tostões” à mãe; pegava no cabaz “tipo lancheira”; deslocava-se à rua da Barqueta, em Faro, e comprava ao senhor Manjua, o cabaz cheio, com aquela importância.
Podem crer que o cabaz, segundo o “Moce”, tinha capacidade para cerca de 5 quilos.
À tardinha, preparava o fogareiro a petróleo, colocava uma chapa em cima, metia ar dentro do fogareiro, colocava o berbigão na chapa e, sentado em frente ia-se regalando à medida que se abriam.
Hoje, poucos têm fogareiro a petróleo e, os que o possuem, não os utilizam.
Uma delícia para fazer crescer água na boca a todos os que me lêem.
O pãozinho caseiro e o imprescindível copo de vinho tinto, naquele tempo feito “a martelo”. O Júlio da Nortenha era um especialista e “fazia” vinho delicioso.
O “Moce” sou eu. Vai um berbigão!?

Rogério Coelho


 (1) O saudoso Dr. Cândido de Sousa dizia-me: é o único marisco que não faz mal. Tem mais vitamina C que a laranja.