quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

CRÓNICA DE FAMÍLIA

PEDAÇOS DE VIDA II

Quando de uma publicação minha no dia 30.12.2016, foram feitos alguns comentário e, existiu um da amiga Maria Moreira que dizia em referência a essa mesma publicação PEDAÇOS DE VIDA.
O referido comentário foi tão positivo, que enviei para um colega que é o responsável pelo, com o nome de: costeletasfaro.blogspot.pt, (ASSOCIAÇÃO DOS ANTIGOS ALUNOS DA ESCOLA TOMÁS CABREIRA) tendo sido publicado com minha autorização. rio da Amiga mencionada, me inspirou em trazer até vós, mais PEDAÇOS DA VIDA.
Antes de me alongar, sou a pedir-vos desculpa pelo tempo que vos irei ocupar de outras tarefas e, ao mesmo tempo, também dizer.vos que não tenho o habito de escrever nem, sei, até que ponto o facebook me permite este tipo de diálogo ou, de dar-vos a conhecer algumas facetas que me dizem respeito. Por outro lado, se o facebook é uma ligação de amigos e não só e, se surgem publicações com mais interesse ou menos interesse publicadas irei dar seguimento aos meus PEDAÇOS DE VIDA.
Hoje, venho-vos dizer algo que se passou comigo, enquanto militar em 1969.
Fui colocado no Comando de Agrupamento 2959 co destino a Moçambique, mais propriamente à cidade de Tete no Sector F.´, como Furriel Miliciano. A meu cargo tinha uma secção de reabastecimento de materiais e organização de colunas militares, que era formada por várias praças entre condutores e não condutores. A nossa missão era carregar as viaturas militares e civis com produtos de várias especificidades, desde material rádio e combustível além de outros que chegavam ao Comando de Sector e, que tinha que ser encaminhado para os Batalhões de Bené, Ferancungo e ,Fingoé assim, como pelas diversas companhias que pertenciam aos referidos batalhões e companhias independentes que reforçavam as ditas unidades.
Até aqui tudo normal no cumprimento do dever que me tinha sido atribuído mas, eis que no meio desta situação surge um problema que tive que o ultrapassar, que foi a união e aproximação, pois, alguns não aceitavam de bom agrado as ordens que eram transmitidas. Não foi fácil, lidar com homens com os quais tivemos pouco contacto no sentido de um melhor entendimento. O Bom do FURRIEL MILICIANO, estudou a melhor maneira de conviver com os homens à sua responsabilidade e, começou a haver uma aproximação, tendo sido escolhido a cantina do Comando de Sector para um reforço de união e camaradagem entre Superior e subordinados o que veio a suceder. Depois de tudo isto, já todos procuravam o FURRIEL MILICIANO e, até se ofereciam para os vários serviços que o mesmo SUPERIOR estava nomeado.
Existia um chefe de secretaria com o posto de TENENTE, que ao verificar que o seu subordinado FURRIEL) acompanhava com os praças (SOLDADOS), lhe chamou a atenção para a referida situação, avisando-o que lhe dava ordem de prisão. Isto, sucedeu uma, duas vezes e, à terceira vez, o dito subordinado (FURRIEL), resolveu contar ao seu chefe de gabinete (SECÇÃO DE TRANSPORTES) que era um senhor com o posto de MAJOR e, com o qual tinha um relacionamento bastante positivo, apesar do restante pessoal do Comando de Sector não simpatizar com o dito MAJOR porque falava num tom muito alto e, todos se encolhiam menos o FURRIEL, alguns solicitavam a colaboração deste para obterem algo que pretendiam do referido MAJOR.
Mas, o mais engrado do episódio entre TENENTE e FURRIEL, veio depois das ameaças de voz de prisão. O dito FURRIEL, foi ao gabinete do CHEFE de SECÇÃO (MAJOR), contou-lhe o sucedido com o Chefe da Secção e, este de imediato, dirigiu-se ao gabinete do Comando de Sector (CORONEL) onde teve um pequeno diálogo que não foi do meu conhecimento de onde voltou com uma rapidez, dizendo-me para ir à Secretaria dizer ao senhor TENENTE para estar presente no gabinete do mesmo e, que eu também estivesse presente. O senhor TENENTE assim o fez e, quando entrou no gabinete do CORONEL e nos viu, ficou da cor de um tomate (vermelho). A determinada altura o CORONEL mandou-me sair, ficando com o MAJOR e o TENENTE. Também não sei qual o teor da conversa que, a partir dessa altura a atitude do TENENTE para com o FURRIEL (eu) deu uma volta de 360 graus e, ficamos tão amigos que nem parecíamos SUPERIOR e SUBALTERNO.
Aqui acaba mais um PEDAÇO de VIDA, prometendo mais episódios.
As minhas desculpas pelo tempo que vos tirei, com um abraço deste vosso amigo

Janeiro de 2017